
Os Primeiros Contatos Iniciamente meus sinceros agradecimentos ao Chicão (rsrsrs) pela honra que me dá em participar deste Blog. Sendo seu tio de coração, gostaria de deixar claro que minha participação aqui não se trata de nepotismo. É por afinidade mesmo.
Uma pergunta que sempre rola quando jazzistas se encontram é invariávelmente aquela: “quando você começou a gostar de Jazz?” .
No meu caso foi quando eu tinha entre 11 e 12 anos. Meu pai ouvia um programa na Radio Metropolitana chamado “Pelas Esquinas da Broadway”, apresentado
por Waldir Finoti, um radialista voltado para a musica americana em todas as suas formas. Um dia, ouvindo o programa, ele tocou uma orquestra que tinha como líder Benny Goodman. Na mesma hora fiquei ligado naquele som. Como minha tia todo sábado ia ao Rio de Janeiro fazer compras, pedi que comprasse um Lp do Benny Goodman. E assim foi feito. Ela me trouxe um Lp da orquestra
numa apresentação ao vivo no Carnegie Hall, New York, em 1938. Um concerto memorável que entrou para a História do Jazz como um ícone para marcar um estilo: o Swing.
Lendo a contracapa deste Lp uma palavra apareceu e era nova para mim: Jazz.
O que seria isso ?
Comecei a pesquisar, lendo e ouvindo outros programas que descobri no rádio. Programas do Paulo Santos e do Luiz Carlos Antunes (Lula) se tornaram minhas referencias para ouvir e aprender mais sobre Jazz. Fui conhecendo novos nomes e me apaixonando por eles. Louis Armstrong, Count Basie, Duke Ellington, Ben Webster, Benny Carter, e muitos, muitos outros, além das vocalistas Billie
Holiday, Ella Fitzgerald, Sarah Vaughan, entre outras. Cada vez mais fui me interessando pelo Jazz e comecei freqüentando os sebos de discos do Rio de Janeiro e adquirindo Lps de todos os músicos que ouvia e desejava ter sua gravação. Mantenho até hoje estes Lps e outros que foram sendo juntados a coleção, perfazendo um total de 3500 Lps.
O programa na radio Difusora Fluminense chamado “O Assunto É Jazz” e apresentado pelo Lula sorteava Lps de Jazz para quem acertasse mensalmente um Jazz-Teste. Num destes Jazz-Teste eu acertei e compareci para receber o Lp e fiquei conhecendo pessoalmente o Lula que se tornou meu amigo e professor de Jazz até hoje. Grande conhecedor de Jazz, o Lula reunia na sua casa os amigos
que gostavam de Jazz para ouvir e debater sobre as gravações e fatos relacionados a este estilo.
Outras escolas de Jazz foram aparecendo, tais como, Mainstream, Bop, Hard-Bop, West Coast, Cool,além dos já existentes Traditional, Dixieland, Swing, e cada um deles sendo muito ouvido e estudado. Assimilei todos muito bem mas o mesmo não aconteceu com o Free e outros estilos que se seguiram como o Jazz-Rock e, agora, até se fala em Jazz-Frevo e Jazz-Rap. Nada contra mas, decididamente não
é para o meu gosto.
Hoje, além dos 3500 Lps, minha coleção se completa com 1200 cds e, aproximadamente, uns 150 livros e revistas que me permitem ainda continuar ouvindo, estudando e pesquisando esta forma de musica da qual sou um eterno apaixonado. Com o advento da Internet meus horizontes foram bastante ampliados e me aproximou do mundo todo, especialmente aquele que se dedica ao Jazz.
Decisivamente posso afirmar que não saberia viver se não existisse o Jazz.
Carlos Tibau
Dicas:
Um álbum: http://emboladaetc.blogspot.com/2007/07/benny-goodman-no-carnegie-hall-1938.html
Um artista:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Benny_Goodman
Um site:
http://www.oassuntoejazz.com/